domingo, abril 30, 2006

Pássaro livre


Eu queria ser um pássaro
Livre e sem ninho
Voando pelos espaços da vida
Cantando sua música
Sem laços, sem sofrimento
Queria não ter à noite
Os mesmos sonhos que me angustiam
Queria não me prender
A seres humanos
Queria ...ah como queria!


Não cobrar atitudes nem sentimentos
Viver apenas do presente
O momento
Abrir uma garrafa
De um licor chamado realidade
E me embebedar
Até cair inconsciente
Numa calçada qualquer da cidade


Eu queria ser um pássaro
Saindo em bandos
Sem ligações de sentimentos
Compartilhando momentos
Mas a qualquer hora
Sem olhar para trás
Alçar um vôo alto
Respirando liberdade


Um pássaro livre
Sem passado, sem futuro,
Sem presente
Sem saudade

segunda-feira, abril 24, 2006

Loucura


Que tentativa louca,
Esta a minha!
De querer lutar
Contra o tempo.
De querer estar
Onde não posso,
Onde não pertenço.
Loucura mesmo.
Desperdício
De energia
Desmedido.
Que quero eu fazer?
Que ganas me dá,
De me desdizer!
De fazer o que
Não quero.
De querer
O que não posso.
É loucura mesmo!

sexta-feira, abril 21, 2006

Lição de Vida

Um professor diante da sua turma de filosofia, sem dizer uma palavra, pegou num frasco grande e vazio de maionese e começou a enchê-lo com bolas de golfe.
A seguir perguntou aos alunos se o frasco estava cheio. Todos estiveram de acordo em dizer que sim.
O professor pegou entao uma caixa de fósforos e vazou-a para dentro do frasco
de maionese. Os fósforos preencheram os espaços vazios entre as bolas de golfe.
O professor voltou a perguntar aos alunos se o frasco estava cheio, e eles
voltaram a responder que sim.
De seguida o professor pegou uma caixa de areia e vazou-a para dentro do
frasco. A areia preencheu todos os espaços vazios e o professor questionou novamente
se o frasco estava cheio. Os alunos responderam-lhe com um sim em coro.
O professor em seguida adicionou duas chávenas de café ao conteúdo do frasco
e preencheu todos os espaços vazios entre a areia. Os estudantes riram-se.
Quando os risos terminaram, o professor comentou:
- Quero que percebam que este frasco é a vida.As bolas de golfe são as coisas
importantes, como a família, os filhos, a saúde, os amigos, as coisas que vos apaixonam.
São coisas que mesmo que perdessemos tudo o resto, a nossa vida ainda estaria cheia.
Os fósforos são outras coisas importantes, como o trabalho, a casa, o carro, etc.
A areia e tudo o resto, as pequenas coisas.
Se primeiro colocamos a areia no frasco, não haverá espaço para os fósforos,
nem para as bolas de golfe.
O mesmo ocorre com a vida: Se gastamos todo o nosso tempo e energia nas coisas
pequenas, nunca teremos lugar para as coisas que realmente são importantes. Preste atenção às coisas que realmente importam.
Estabeleçam as vossas prioridades, e o resto é so areia.
Um dos estudantes levantou a mão e perguntou:
-Então e o que representa o café?
O professor sorriu e disse:
-Ainda bem que perguntas! Isso é só para vos mostrar que, por
mais ocupada que a vossa vida possa parecer, sempre há lugar para tomar
um café com um amigo.
Quando as coisas da vida te parecerem demasiadas, lembra-te do
frasco de maionese e café."

sexta-feira, abril 14, 2006

Aniversario

Era um dia como outro qualquer
O sol lá estava, redondo e luminoso como noutro dia qualquer
As árvores que rodeavam a minha casa continuavam a crescer como noutro dia qualquer
A pequena ave fazia o seu voo em circulo no ar como noutro dia qualquer
Os mesmos edifícios, as mesmas ruas, os mesmos sinais de trânsito como noutro dia qualquer
Num lapso de momento
Viajei no espaço e no tempo, teletransportado
E eu estava ali, mágica e matematicamente no meio da cidade
Um poderoso silêncio se apoderou de mim
Não me mexia e não sentia
Os meus olhos despertaram para fora das órbitas
O meu cérebro ficou pesado como que empurrado por um golpe de deus
Todo o meu corpo dilatou como se todas glândulas quisessem gritar
O coração aos solavancos dizia arrebentar
E o meu eu e todo de mim ...parou quando vi num relâmpago a vida que se acercava de mim
E vi
Um carro sem rodas circulando no ar
Um painel electrónico substituindo papel
Um político a falar e a história andar
O meu amigo manel que tanta sorte tinha dado
Era agora um reformado
Os anjos que eu conhecia de tenra idade
Vi-os Velhos e podres de idoneidade
O meu pai morto de idade
A minha mãe sem fecundidade
E a minha alma sem felicidade!
Gritava, feroz, por saudade!
Mas eu ainda estava cá
Uma rapariga passou e disse-me : Olá
Tocou o telemóvel:era o meu filho a dizer-me papá!
Naquele lapso de luz que é uma visão
Cresci!
Dos meus olhos saltou uma nova cidade com sentido e razão
A minha mente recuperava a normal pressão
E o meu corpo ganhava naquele momento um novo alento
Um carro com rodas apitou!
Ainda naquele ponto da cidade, naquele dia como outro qualquer
Olhei para o calendário
E sorri!
Afinal era um dia feliz
como quando era petiz
Era o dia do meu aniversário

segunda-feira, abril 10, 2006


Busquei felicidade uma vida
Até descobrir que, por fim,
Essa emoção mais querida
Vivia dentro de mim.

(E, nesta busca perpétua,
Hei-de viver inseguro
Procurando encontrar em mim
O que sou quando a procuro.)

sábado, abril 08, 2006

Sonho


Sinto-me só... isolado... e triste...
Aquilo que antes era, já não é...
Quero voltar atrás
Apagar todas as minhas máguas
Mas este sentimento de culpa nao me deixa
Persegue-me onde quer que eu vá
E isolo-me cada vez mais
Perco os meus amigos
E nao faço novos
Vou-me isolando como uma ilha que procura a vastidão do mar
E perco-me... Sózinho em meus pensamentos
Quero viver, mas não me deixo
Quero gritar, mas não me ouço
Quero acordar, mas prefiro viver de sonhos
Sonhos...
Que de quando em quando
Se tocam com a realidade,
E assim me destroem
Sonhos...
Que voam aquilo que queria eu voar,
Que dizem aquilo que queria eu dizer...
Que sofrem aquilo que queria eu sofrer.
E mesmo assim sonho
Sonho com a fuga à realidade
E sempre que sonho me alegro
Porque a tristeza se desfaz...
E eu volto a viver
Porque... tenho amigos...
Porque...
Tenho a quem contar o que está dentro de mim...
E me alegro...
E consigo esboçar um sorriso verdadeiro...
Um sorriso... duradouro.

terça-feira, abril 04, 2006

Felicidade


Felicidade não tem peso,
nem tem medida,
não pode ser comprada,
não se empresta, não se toma emprestada,
não resiste a cálculos, porque não material,
nos padrões materiais do nosso mundo.
Só pode ser legítima.
Felicidade falsa não é felicidade, é ilusão.
Mas, se eu soubesse fazer contas na medida do bem,
diria que a felicidade pode ter tamanho,
pode ser grande, pequena,
cabendo nas conchas da mão,
ou ser do tamanhão do mundo.
Felicidade é sabedoria, esperança,
vontade de ir, vontade de ficar,
presente, passado, futuro.
Felicidade é confiança:
fé e crença,
trabalho e ação.
Não se pode ter pressa de ser feliz,
porque a felicidade vem devagarinho,
como quem não quer nada.
Ser feliz não depende de dinheiro,
não depende de saúde,
nem de poder.
Felicidade não é fruto da ostentação,
nem do luxo.
Felicidade é desprendimento,
não é ambição.
Só é feliz quem sabe suportar, perder,
sofrer e perdoar.
Só é feliz quem sabe, sobretudo, amar.

domingo, abril 02, 2006

O Sonho

Pelo Sonho é que vamos,
comovidos e mudos.
Chegamos? Não chegamos?
Haja ou não haja frutos,
pelo Sonho é que vamos.

Basta a fé no que temos.
Basta a esperança naquilo
que talvez não teremos.
Basta que a alma demos,
com a mesma alegria,
ao que desconhecemos
e ao que é do dia-a-dia.

Chegamos? Não chegamos?

- Partimos. Vamos. Somos.