segunda-feira, junho 19, 2006


Na janela do quarto há um cisne
cor do sol-nascente.
Não é um cisne real,
é um cisne que eu imagino
num rio que corre junto à encosta de um vale.
O rio nasce na memória
e arrasta consigo doloridos musgos de lembrança.
O cisne bóia e permanece
cortado na vidraça, com ar solene
a ver passar pedaços de recordações,
a ver fluir um rio sem margens.
As recordações vão diluir-se no longe,
o próprio rio secará no tempo,
mortas serão as esbatidas palavras à estiagem dos anos.
Haverá terra nos meus olhos
e silêncio em meus lábios apodrecidos.
O cisne há-de ficar, todavia,
imóvel e rubro,
direito no seu perfil,
coração sangrando,
retrato dos meus dias.

7 Comments:

Blogger Sendyourlove said...

Com um toque de magia dei vida ao teu cisne.
Subi a ele e voámos para o infinito, para a terra do nunca mais, para um lugar onde simplesmente se é...

10:03 da manhã  
Blogger Margarida Atheling said...

Os cisnes são sempre mágicos! :)

1:41 da tarde  
Blogger Maria Liberdade said...

Não fuqes assim muito tempo. Convida o cisne e vão passear.

2:59 da tarde  
Blogger Lídia Amorim said...

fechar os olhos e imaginar ser um cisne deve ser um dos pensamentos ou sonhos mais belos, a pureza, a simplicidade, a leveza..hummm k paz! bjitos mt bom o post!

10:23 da manhã  
Blogger Tunana said...

faz de ti um cisne
faz da tua vida um rio
um rio com imensidao de alegria q corre ao encontro da felicidade

gostei de te conhecer
sorriso bonito
mas q pode ser ainda mais bonito
basta quereres

beijos grandes da nortenha dos 2 minutos, ehehehehehhe

**TuNaNa**

8:37 da tarde  
Blogger segurademim said...

... há cisnes reais, agressivos e perseguidores, no lago do jardim perto da minha casa. querem que lhes dê de comer e grosnam...

deliciam-me quando na água, dançam em movimentos ondulados, sedutores

fico ali a vê-los, dentro em pouco irão partir nas suas migrações intermináveis

4:00 da tarde  
Blogger DarkMorgana said...

Podia só elogiar o texto - que é mais uma vez muito bonito - e ir já para outro blog.
Mas não consigo deixar de perguntar: estes textos são recentes? O que foi que te fez ficar tão triste, Taxi-driver?
Ou quem?
Seja o que fôr ou quem fôr, não merece que estejas assim.

9:20 da tarde  

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