Na janela do quarto há um cisne
cor do sol-nascente.
Não é um cisne real,
é um cisne que eu imagino
num rio que corre junto à encosta de um vale.
O rio nasce na memória
e arrasta consigo doloridos musgos de lembrança.
O cisne bóia e permanece
cortado na vidraça, com ar solene
a ver passar pedaços de recordações,
a ver fluir um rio sem margens.
As recordações vão diluir-se no longe,
o próprio rio secará no tempo,
mortas serão as esbatidas palavras à estiagem dos anos.
Haverá terra nos meus olhos
e silêncio em meus lábios apodrecidos.
O cisne há-de ficar, todavia,
imóvel e rubro,
direito no seu perfil,
coração sangrando,
retrato dos meus dias.
7 Comments:
Com um toque de magia dei vida ao teu cisne.
Subi a ele e voámos para o infinito, para a terra do nunca mais, para um lugar onde simplesmente se é...
Os cisnes são sempre mágicos! :)
Não fuqes assim muito tempo. Convida o cisne e vão passear.
fechar os olhos e imaginar ser um cisne deve ser um dos pensamentos ou sonhos mais belos, a pureza, a simplicidade, a leveza..hummm k paz! bjitos mt bom o post!
faz de ti um cisne
faz da tua vida um rio
um rio com imensidao de alegria q corre ao encontro da felicidade
gostei de te conhecer
sorriso bonito
mas q pode ser ainda mais bonito
basta quereres
beijos grandes da nortenha dos 2 minutos, ehehehehehhe
**TuNaNa**
... há cisnes reais, agressivos e perseguidores, no lago do jardim perto da minha casa. querem que lhes dê de comer e grosnam...
deliciam-me quando na água, dançam em movimentos ondulados, sedutores
fico ali a vê-los, dentro em pouco irão partir nas suas migrações intermináveis
Podia só elogiar o texto - que é mais uma vez muito bonito - e ir já para outro blog.
Mas não consigo deixar de perguntar: estes textos são recentes? O que foi que te fez ficar tão triste, Taxi-driver?
Ou quem?
Seja o que fôr ou quem fôr, não merece que estejas assim.
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